domingo, 8 de dezembro de 2024

UMA MANHÃ CINZA


Amanheceu chovendo.

O frio entra pelos vãos da alma,

como quem não pede licença,

como quem já mora aqui.


Dias nublados me entristecem,

talvez porque dentro de mim

o sol também não tem força para nascer.

Tudo é neblina,

tudo é sombra,

e este ano foi só mais um eco

de outros anos difíceis,

porque qual deles não foi?


A luta, o luto,

a dor de estar vivo entre os mortos,

a ausência de calor

em um mundo onde as mãos já não se tocam

e os olhos apenas atravessam.


Amanheceu chovendo,

e eu corro, mas não sei para onde.

Fugir? Viver? Morrer?

Ou apenas existir

nesse intervalo incerto

que chamo de vida?


Procuro a sorte,

um acaso qualquer que me salve,

mas o que encontro é apenas o eco

de meus próprios passos

no caminho molhado.


Amanheceu chovendo,

e o mundo, tão nublado,

não é feito de nuvens,

mas de pensamentos,

que, como gotas, escorrem de mim

e desaparecem.



Pr Marcos Wagner Patussi

09/12/24

50 ANOS

Tenho pensado na vida,

não como quem vive, mas como quem olha,

de fora, de longe,

como quem já não sabe ao certo onde mora.


Fazer cinquenta anos é estranho,

o corpo pesa, dói,

mas é a mente que inquieta,

um tambor que não se cala,

uma pergunta sem resposta.


Mais um dia, menos um dia,

o que é o tempo senão um sopro?

O que tenho ainda pela frente?

Não sei.

Mas a vida, essa teimosa,

passa por mim como um rio que não para,

e eu, sentado à margem,

mergulho os pés na corrente,

sentindo o frio do que já foi,

e o calor do que não sei se virá.


Os pensamentos não me deixam dormir,

mas talvez isso seja viver:

carregar as noites insone como quem carrega

um velho amigo,

um companheiro que insiste em lembrar

que o amanhã é incerto,

e que o hoje é tudo que temos.


Cinquenta anos,

e a vida me observa,

silenciosa, cúmplice.

Eu a encaro de volta,

sem respostas,

mas talvez com um pouco mais de coragem

para deixar que ela passe,

sem pressa,

por mim.

Pr Marcos Wagner Patussi

08/12/24

sábado, 7 de dezembro de 2024

O TEMPO

O tempo nos toca de forma singular,

Na infância, é um sopro que mal se faz notar.

Na juventude, um muro que nos impede de alcançar,

Na vida adulta, se esconde, difícil de achar.

Na velhice, nos abandona, deixa de estar.


Quisera eu moldar o tempo em minhas mãos,

Viver de um jeito só, sem confusões.

Usá-lo com sabedoria, em todas as estações,

E sentir a plenitude pulsar nos coração.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

A VERDADEIRA PROSPERIDADE


Introdução

A palavra "prosperidade" é amplamente utilizada, mas frequentemente mal compreendida. No mundo secular, ela costuma ser associada a riqueza, status e conforto material. No entanto, na perspectiva bíblica, prosperidade vai muito além do acúmulo de bens.

Deus, como um pai amoroso, deseja o nosso bem, suprindo tudo o que necessitamos para viver. A verdadeira prosperidade está mais relacionada ao avanço em diferentes áreas da vida do que ao mero acúmulo de dinheiro. Prosperar biblicamente, significa “avançar naquilo que Deus nos confiou”, seja uma família, um dom, um recurso, uma profissão ou bens materiais.

Compreender essa definição e aplicá-la no dia a dia é essencial para concretizarmos os planos de Deus em nossa vida financeira. Um exercício prático para avaliar se estamos prosperando biblicamente é refletir sobre os últimos anos da nossa vida. Pergunte-se: tenho avançado ou retrocedido naquilo que Deus me confiou?

• No ministério: Estou desenvolvendo meu chamado,ou ainda não sei qual meu propósito aqui na terra?

• Na vida devocional: Meu tempo de leitura da Palavra e oração tem aumentado ou diminuído?

• Na administração de bens materiais: Tenho gerido bem os recursos que Deus me confiou com sabedoria usando o dinheiro como uma ferramenta, sendo generoso e investindo na implantação do reino de Deus? Ou estou trabalhando exclusivamente para ajuntar tesouros aqui na terra, sacrificando minha saúde, minha família e até a minha relação com Deus?

Se você está avançando, você está prosperando; se você está retrocedendo, não está prosperando. Esta análise prática torna mais claro o que significa prosperar à luz das Escrituras.

Além de entender o verdadeiro sentido de prosperidade, é fundamental reconhecer que tudo o que possuímos vem do Senhor. Ele é a fonte de toda riqueza. Sem aplicar essa verdade em nossas vidas, jamais experimentaremos a prosperidade que Deus preparou para nós.

A verdadeira prosperidade está profundamente enraizada em nosso relacionamento com Deus e no cumprimento de seu propósito para nossas vidas, por isso é crucial compreender o que a Bíblia ensina sobre prosperidade, para não sermos enganados por conceitos falsos que nos desviem do caminho preparado por Deus.

A prosperidade que vem de Deus abrange todas as áreas da nossa vida. Deus jamais permitirá que o avanço em uma área, sacrifique outra essencial. Por exemplo, Ele nunca sacrificará sua família para que você cresça financeiramente. Se para alcançar sucesso profissional você precisar comprometer seus princípios, negligenciar seu relacionamento com Deus ou com sua família, esta prosperidade não vem de Deus, mas do maligno.

A Fonte da Verdadeira Prosperidade

Vivemos em um mundo marcado pela competitividade e pela busca incessante da satisfação pessoal e dos desejos materiais, o mundo moderno estabeleceu um padrão inatingível. A maioria das pessoas gastam seus dias buscado atingir riquezas, por este motivo muitos tem sacrificado, sua vida, sua família e até mesmo a sua fé. O crescimento financeiro tornou-se uma obsessão, e novos desejos e necessidades surgem diariamente. Entre eles, destaca-se a "ostentação", que motiva muitas pessoas a fazerem qualquer coisa para alcançar uma falsa prosperidade fundamentada apenas no crescimento econômico. Contudo, precisamos compreender que, o acúmulo de riquezas com o único propósito de satisfazer prazeres terrenos e mostrar para os outros o padrão de vida alcançado, jamais foi o plano de Deus para Seus filhos.

Como "trabalhadores da última hora", nossa missão é clara: trabalhar pela implantação do Reino de Deus aqui na terra. Para cumprir essa missão, precisamos lidar de maneira correta com os bens materiais, dons e talentos que Deus nos confiou. Caso contrário, corremos o risco de nos tornarmos escravos do dinheiro e dos bens terrenos.

A Bíblia deixa claro, em inúmeras passagens, que Deus é o dono de todas as coisas. O Salmo 24:1 declara: "Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem." Como Criador, Deus é a fonte de todos os recursos e bênçãos. Prosperidade, portanto, começa com uma atitude de dependência e gratidão a Ele. Em Deus encontramos tudo o que precisamos para avançar nos planos que Ele preparou para nós.

Os recursos financeiros, nesse contexto, são ferramentas que devem ser usadas com um propósito específico. Quando perdemos esta perspectiva, somos facilmente levados a confiar na força do nosso próprio braço. Este pensamento, que teve início no Jardim do Éden com a desobediência de Adão e Eva, continua a prevalecer até hoje. Há em nós um desejo profundo de independência e autossuficiência que nos faz acreditar que podemos prosperar apenas por nossos próprios méritos, no entanto, essa não é a verdadeira prosperidade pois ela exclui o principal componente dessa equação “Deus”. 

Tudo o que existe foi criado pelo Senhor para o louvor da sua glória, nós somos apenas administradores temporáriosdos recursos que nos foram confiados. Como administradores, desfrutamos de privilégios, mas também carregamos responsabilidades. E é certo que um dia prestaremos contas a Deus sobre como lidamos com tudo o que Ele nos confiou.

Jesus nos dá uma orientação central sobre esta questão em Mateus 6:33: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas." Essa declaração nos ensina que a verdadeira prosperidade não se limita a bens materiais, mas está profundamente conectada a prioridade de buscar a Deus e viver de acordo com Sua justiça.

A verdadeira prosperidade, de acordo com a Palavra de Deus, transcende os limites dos bens materiais. Ela está enraizada em um relacionamento íntimo com o Criador, na obediência à Sua Palavra e no alinhamento de nossas vidas com os Seus propósitos eternos.

Ao longo das Escrituras, vemos exemplos claros de prosperidade que não estão relacionadas apenas a riquezas, mas a uma vida frutífera em todas as áreas. Em Josué 1:8, Deus instrui Josué dizendo: "Não cesse de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido." Aqui, Deus conecta o sucesso e a prosperidade à meditação e prática de Sua Palavra.

Prosperidade, na perspectiva bíblica, é viver em harmonia com os princípios divinos, avançando sobre tudo que Ele tem nos confiado experimentando o favor de Deus em todas as áreas da vida:

Espiritual – Crescimento no relacionamento com Deus, vivendo em santidade e comunhão com Ele.

Familiar – Ter lares estruturados, onde o amor, a paz e a instrução nos caminhos do Senhor são prioritárias.

Emocional – Viver com contentamento e alegria, sabendo que Deus cuida de todas as nossas necessidades.

Financeira – Administrar com sabedoria os recursos que nos foram confiados, reconhecendo que eles pertencem ao Senhor e devem ser usados para glorificar o Seu nome e abençoar os outros.

Social – Influenciar positivamente o mundo ao nosso redor, vivendo como sal e luz e refletindo o caráter de Cristo.

A verdadeira prosperidade, portanto, está intrinsecamente ligada ao cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, adverte contra a busca desenfreada por riquezas e nos ensina o segredo de uma vida próspera em 1 Timóteo 6:6-8: "De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro. Pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que nos vestir, estejamos com isso satisfeitos."

Além disso, a prosperidade bíblica é caracterizada pela generosidade. Em 2 Coríntios 9:8, Paulo nos lembra: "E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra." Prosperar, segundo Deus, inclui sermos canais de bênção para os outros, contribuindo para o avanço do Reino de Deus e ajudando os necessitados.

A prosperidade que Deus deseja para nós é completa e duradoura. Ela não sacrifica princípios nem compromete valores. Como Jesus ensinou em João 10:10: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente." Essa plenitude abrange paz espiritual, alegria genuína, relacionamentos saudáveis e a certeza de que, em Cristo, temos tudo o que precisamos para cumprir nossa missão nesta terra.

Por fim, viver a verdadeira prosperidade é entender que nosso maior tesouro está nos céus, e não na terra. Como Jesus nos exorta em Mateus 6:19-20: "Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam."

Que busquemos esta prosperidade, que glorifica a Deus, transforma nossas vidas e impacta o mundo ao nosso redor!

Princípios Bíblicos sobre Prosperidade

Deus nos oferece princípios claros para viver uma vida próspera em Sua perspectiva. Estes princípios nos ajudam a viver de forma equilibrada e abençoada.

Trabalho diligente: "As mãos preguiçosas empobrecem, porém, as mãos diligentes trazem riqueza" (Provérbios 10:4). A prosperidade muitas vezes vem como resultado de trabalho árduo e fiel. O trabalho é um dom de Deus e uma forma de refletirmos Sua criatividade.

Fidelidade com o pouco: "Quem é fiel no pouco também é fiel no muito" (Lucas 16:10). Deus nos chama a sermos bons administradores do que temos, por menor que pareça. A fidelidade no pouco abre portas para maiores responsabilidades.

Generosidade: "Há quem dá generosamente e enriquece ainda mais" (Provérbios 11:24). A verdadeira prosperidade inclui abençoar outros com os recursos que Deus nos confiou. Generosidade atrai a bênção divina.

As Armadilhas da Falsa Prosperidade

A falsa prosperidade apresenta-se como uma ilusão sedutora, prometendo riqueza fácil, sucesso imediato e uma vida de plenitude baseada apenas em conquistas materiais. No entanto, ela é uma armadilha perigosa que pode desviar os filhos de Deus do verdadeiro propósito da vida cristã. A Bíblia nos adverte repetidamente sobre os perigos que acompanham a obsessão por bens materiais e o amor ao dinheiro, como exemplos podemos citar:

Materialismo e Ganância

O apóstolo Paulo escreve em 1 Timóteo 6:10: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos." Aqui, não se trata do dinheiro em si, mas do amor ao dinheiro, que leva à idolatria. O materialismo transforma o coração humano, afastando-o de Deus e dos valores eternos. A ganância age como um fogo insaciável, sempre exigindo mais, e pode fazer com que homens e mulheres sacrifiquem sua integridade, suas famílias e até mesmo sua fé em busca de riquezas.

A armadilha do materialismo é evidente quando buscamos validação ou felicidade em coisas passageiras. O conforto de um estilo de vida luxuoso nunca será capaz de preencher o vazio que só Deus pode suprir. Como Jesus afirmou: "Não ajuntem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas ajuntem para vocês tesouros no céu" (Mateus 6:19-20).

Idolatria das riquezas

A idolatria das riquezas surge quando colocamos nossa confiança em bens materiais ou na nossa capacidade de adquiri-los, em vez de dependermos de Deus. Jesus nos advertiu claramente: "Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade de seus bens" (Lucas 12:15). A parábola do rico insensato, contada por Jesus, ilustra bem essa armadilha (Lucas 12:16-21). Este homem acumulou tanto que não tinha onde guardar seus bens e decidiu construir celeiros maiores. Contudo, Deus o chamou de insensato, pois ele estava espiritualmente pobre, acumulando riquezas para si mesmo, mas não era rico para com Deus. Esta história nos lembra que os bens materiais são efêmeros e não têm valor eterno se não forem usados para glorificar a Deus e beneficiar o próximo.

Bênçãos Materiais x Sucesso Espiritual

Nem toda prosperidade material é uma evidência de aprovação divina. É possível alcançar riquezas sem a bênção de Deus, mas isto muitas vezes resulta em frustração e vazio. Jesus perguntou: "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:36). Essa pergunta nos chama a avaliar nossas prioridades e motivações. Prosperidade verdadeira, segundo a Bíblia, começa no coração, com um relacionamento transformador com Deus.

O sucesso espiritual, por outro lado, é medido pela nossa fidelidade a Deus e pela maneira como vivemos nossos dias para Sua glória. A vida de Jó é um exemplo poderoso. Ele era um homem próspero, mas quando perdeu tudo, sua fé permaneceu inabalável. Ele declarou: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor" (Jó 1:21).

O Perigo da Falsa Prosperidade

A falsa prosperidade frequentemente vem com um custo alto. Ela pode nos levar a comprometer valores, negligenciar nosso relacionamento com Deus e, em última análise, nos aprisionar em um ciclo de insatisfação e ansiedade. Satanás usou a promessa de glória e riqueza para tentar Jesus no deserto (Mateus 4:8-10). Contudo, Jesus respondeu: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: 'Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto'." Esta resposta de Jesus nos ensina que o verdadeiro propósito da vida não é acumular riquezas ou status, mas adorar e obedecer a Deus.

As armadilhas da falsa prosperidade não devem ser subestimadas. Elas podem desviar nossa atenção do que realmente importa: um relacionamento profundo e transformador com Deus. Para evitar estas armadilhas, é essencial cultivar um coração cheio de gratidão, contentamento e generosidade. Devemos lembrar que a prosperidade verdadeira é uma bênção de Deus, destinada a nos capacitar a viver para Sua glória e a sermos bênçãos para os outros. Ao buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, encontramos a verdadeira prosperidade que preenche a alma e transforma a vida.

Conclusão e Aplicação

A verdadeira prosperidade não está no acúmulo de bens, mas em um coração transformado, fiel e generoso. Deus nos chama a viver para Sua glória, usar nossos recursos para abençoar outros e confiar n'Ele para suprir nossas necessidades.

Reflexão:

• Você está buscando a prosperidade da forma como Deus deseja? 

• Como você pode aplicar estes princípios aprendidos em sua vida financeira de forma que consiga alcançar a verdadeira prosperidade bíblica?

Oração: "Senhor, ensina-me a ser um bom administrador dos recursos que me confiaste. Ajuda-me a buscar a verdadeira prosperidade que vem de Ti. Amém."

​​​​​​​​​Pr. Marcos Patussi

04 12 2024

domingo, 1 de dezembro de 2024

O ANTÍDOTO DA FÉ.

 O antídoto da fé.

 

Acredita-se que existem muitas pessoas sinceras dentro da igreja que ainda não entenderam o real significado da cruz e isso acaba gerando uma confusão na mente desses cristãos. Na verdade, muitos crentes nascidos de novo infelizmente não tiveram uma boa base teológica no início da sua caminhada e acabaram se tornando vítimas de teologias pragmáticas e enlatadasAlguns classificam esse tipo de negacionismo teológico de simplicidade, contudo, o simples nunca substituirá averdade.

 

As coisas começam a se agravarem depois de um certo tempo, isso acontece quando essa teologia ganha o efeito chiclete que impregna na mente das pessoas se tornando um mantra que é constantemente repetido sem observarem o real sentido do que estão fazendoSendo franco, desconstruir esse tipo de pensamento incutido na mente das pessoas é uma tarefa quase que impossível porque ela se prende a raízesemocionais.

 

Para desativar esses vícios teológicos, a primeira coisa que precisa ficar claro é que não existe good vibes (teologias de boas vibrações), ou seja, milagres, bençãos e vitórias é um bônus que em algum momento recebemos da parte de Deus e que não temos nenhuma ferramenta capaz de convencer a Jesus que precisamos receber esse plus da fé. Veja, Jesus não veio nessa terra para garantir os bônus, ele veio para entregar aquilo que o seu pai prometeu que são: perdão dos pecados e salvação aos arrependidos. Nas palavras de Phillips:


Embora a salvação venha ao encontro da mais profunda necessidade do homem, essa ideia humanista de fazer uma coisa em favor do bem-estar da pessoa ignora completamente a razão principal pela qual Cristo morreu na cruz. Deus concede a salvação aos homens principalmente para trazer glória a ele por meio de um povo que tem o caráter do seu filho, ou seja, a glória de Deus é mais importante do que o bem-estar do homem” (PHILLIPS, 2008).

Veja bem, não intérprete as palavras contidas nesse breve esboço como uma atitude de insensibilidade, mas como um antídoto necessário para provocar lucides - porque o que precisa ficar claro é que caminhar com Jesus é ter a compreensão que fomos chamados para doar a nossa vida a ele. 


“Então Jesus disse aos seus discípulos: Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Se tentar se apegar à sua vida, irá perdê-la. Mas, se abrir mão de sua vida por minha causa, a encontrará” (Mateus 16:24 e 25 NVI).


Será que temos coragem de dar a nossa vida sem receber nada em troca? O altruísmo da fé se resume a isso, seguir os mesmos passos do mestre genuíno, o nosso Senhor Jesus pensando apenas em um futuro espiritual longe dessa dimensão terrena.

 

Pr. Jeander Raimundo

UMA MANHÃ CINZA

Amanheceu chovendo. O frio entra pelos vãos da alma, como quem não pede licença, como quem já mora aqui. Dias nublados me entristecem, talve...