Tenho pensado na vida,
não como quem vive, mas como quem olha,
de fora, de longe,
como quem já não sabe ao certo onde mora.
Fazer cinquenta anos é estranho,
o corpo pesa, dói,
mas é a mente que inquieta,
um tambor que não se cala,
uma pergunta sem resposta.
Mais um dia, menos um dia,
o que é o tempo senão um sopro?
O que tenho ainda pela frente?
Não sei.
Mas a vida, essa teimosa,
passa por mim como um rio que não para,
e eu, sentado à margem,
mergulho os pés na corrente,
sentindo o frio do que já foi,
e o calor do que não sei se virá.
Os pensamentos não me deixam dormir,
mas talvez isso seja viver:
carregar as noites insone como quem carrega
um velho amigo,
um companheiro que insiste em lembrar
que o amanhã é incerto,
e que o hoje é tudo que temos.
Cinquenta anos,
e a vida me observa,
silenciosa, cúmplice.
Eu a encaro de volta,
sem respostas,
mas talvez com um pouco mais de coragem
para deixar que ela passe,
sem pressa,
por mim.
Pr Marcos Wagner Patussi
08/12/24
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